Eu sei, parece machismo, atitude de um cara bruto sem cultura e sem desodorante; mas não é. A vida da menina tem seus altos e baixos (não estou falando da estatura dos namorados) principalmente na puberdade e etc, mas o menino também passa por poucas e boas durante a passagem para a vida adulta; no nosso caso o principal inimigo são os outros meninos...sim...não são as garotas da 8⁰ série nem os padres, muito menos os cowboys ou as corretoras de imóveis, e sim os outros meninos da mesma idade. Explico.
Os garotos da mesma idade são aqueles que podem tornar nossa vida um inferno ou nos ajudar a tornar a vida dos outros um inferno. Tive a sorte de nunca ter sido o “nerd” da turma, apesar de, na época, ser pequeno e feio. Sempre usei a politicagem para evitar que o holofote das piadas e da exclusão apontasse para minha cara. As vítimas neste caso sempre eram os mesmo: meninos de apartamento, meninos criados com a avó, etc. Sabemos que o mundo está cada vez mais violento e queremos proteger a criatura envolvendo-a em casulo de proteção que a isola do mundo exterior, mas esse pode ser o motivo do surgimento de mais um panaca.
Deixe esse menino sair, brincar com os outros na rua, quebrar um osso (dele ou de outro colega), andar de bicicleta, cair da bicicleta, por bombinha nas caixas de correio, moer vidro pra fazer cerol, brigar, quebrar a vidraça (da vizinha ou da sua casa mesmo), sujar o tênis novo, fazer um estilingue, soltar pipa, jogar futebol no campinho, dar o primeiro beijo antes dos 21 anos, enfim, deixe o menino brincar.
Meu melhor amigo morreu aos 19 anos, mas tenho certeza que não teve nada a ver com nossas peripécias da infância. Fomos criados brincando na rua, aprendendo na rua e assim crescemos homens educados, trabalhadores honestos e filhos muito gratos aos pais que nunca nos mantiveram espiando pela grade os outros meninos correndo soltos na vizinhança.
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